Sentado à beira do portão
os sentidos
o bolo de chocolate
o abacate
o som da fonte, a vida colorida, os corredores
descendo a escada, da fertilidade, que chama
o amador errante
o portal que é a mulher, com estrias exuberantes
bonita, com ou sem anel de diamante
o silêncio em escuridão
o tocar do piano
o dançarino com forte (presença)semblante
o choro do passageiro, do viajante
raso ou profundo
estrela do anoitecer, confundindo o admirador, o almirante
que em seu barco veleja
e quebra a onda ao som de alguma trombeta, ou berrante
o morango, presente para o presente, e também...
o bêbado que viveu o woodstock
que de música vivia
hoje de terno fala o óbvio, que chamava careta
com caneta de mão, muda de opinião
o filho, seu irmão
sobe a escada de baixo, vendo o céu por alguma janela, de algum prédio de alguma qualquer cidade
e chama, a chama que envolve a Terra, é amiga, mesmo colega, de letra(caligrafia) perfeita
e eu, nem entendo os meus rabisco
ando no sertão ou no deserto, machuco a mão fazendo vórtices(cactos) de lápis
sendo que as estrelas são glitter derramado por algum "desajeitado"
respeito a escrita, a escritura
o meu modo
de conversar e conservar o meu diálogo interior
o blues vem com a solidão
sentado à beira do portão
sentado à beira do portão