Um dia alguém...
Um dia alguém
colocou um galho cheio
de espinhos no meu caminho
Sofri
Machuquei-me
Perdi a auto-estima
Impossível evitar as feridas
Plantei esse galho no meu jardim interior
O galho murchou e à sua volta
muito capim, muita erva daninha
Mas os espinhos, vivos permaneceram
Continuaram ferindo-me a alma
Muitos anos depois, o galho brotou
mostrando que não morrera
E vieram folhas
E quantas rosas vieram alegrar o meu jardim!
Fiz questão de escolher o mais belo dos botões
para retribuir o presente do galho cheio de espinhos
Enviei junto o melhor dos meus sorrisos
Meu jardim interior não deixará de florir
O sofrimento maltrata, mas, hoje, cultivo flores
Tento esquecer as cicatrizes que os espinhos deixaram
Quando olhá-las, lembrarei
Mas já não doem mais
Hoje encaro a dor como trampolim para a felicidade