Há claridade nos incêndios, alagamentos destruidores que consomem vidas e bens...
Resplendor sinistro transparece nos bombardeios que trazem a morte.
Reflexos radiosos surgem no lança-chamas.
Relâmpagos estranhos assinalam a movimentação das armas de fogo...
No Evangelho, porém, é diferente...
Comentando o Natal, assevera Lucas, 2-32 que o Cristo é a luz para alumiar as nações.
Não chegou impondo normas ou pensamento religioso.
Não interpelou governantes sobre processos políticos.
Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens.
Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida...
Fez luz no espírito eterno...
Embora tivesse o ministério endereçando aos povos do mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacerdócio, armamentos e tribunais.
Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo.
Revelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da consagração pessoal ao Bem infinito...
Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.
Tens suficiente luz para a marcha?
Que espécie de claridade acendes no caminho?
Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em vôo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento.
Se procuras o Mestre Divino e a experiência cristã,
lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e
anunciam arrasamento...
Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar?
XAVIER, Francisco Cândido. Segue-me!... Pelo Espírito Emmanuel. O Clarim.