E de repente a casa que mesmo tão pequena, ecoava sussurros e dores, pelo tamanho grotesco da ausência, e de repente aqueles quilômetros entre nós, que pareciam "nada" diante do que tínhamos, se tornaram milhas e milhas de distancia. E de repente, aquele "hábito" em nos falarmos quase todos os dias, aquela necessidade diária de saber e partilhar, se partiram, tornando a rotina mais fria. E de repente, um dos dois parou no tempo a espera do outro. Mas um dos dois não voltou, ou só continuou. Não importa (se perderam). Talvez por ter cansado, talvez por medo, quem sabe? Talvez por ter faltado coragem de se permitir o novo, o diferente, o desconhecido. E com isso, o vazio foi tomando força, as pausas ficaram maiores, as vontades se perderam no passado, e os desejos, bem... eles ainda conseguem preencher os espaços que sobraram, de tudo que um dia fomos, e juntos ou não, pra sempre seremos...
Se sumo, se me recolho, se me escondo...
... procura-me, cutuca-me, encontra-me!
Se não olho, se não ouço, se não digo...
... encare-me, grite, provoca-me!
Se não canto, se não escrevo, se não apareço...
... sinta-me, ainda há um pouco de mim, em ti, eu sinto!
Por. Bell.B