Quantas vezes você quis virar a mesa, quis chutar o balde e mudar o texto da sua história? Quantas vezes você quis fugir pra bem longe, mesmo sem tendo pra onde ir? Quantas vezes você se viu fora do lugar de origem tendo a nítida certeza de que escolheu um caminho errado? Quantas vezes você gritou ao universo e clamou de joelhos a Deus pedindo por mudanças? Quantas vezes você sentiu raiva por ver que nada estava do jeito de como você tinha planejado? Quantas mesmices mórbidas no lugar de alegrias e realizações?
Quantas vezes você fez as suas malas querendo colocar os pés na estrada, ir para um lugar nunca visto antes, fazer algo diferente de tudo o que vinha fazendo? Quantas vezes você ouviu um (mundo) todo lindo te chamando e você respondendo chorando a ele que agora você não pode que não dá... Sendo que estar vivendo "neste mundo" era tudo o que você mais queria? Quantas vezes você quis conhecer novas pessoas, quis bater novos papos?
Quantas vezes você quis quebrar as regras, ser menos racional e mais radical, quis sair da rotina, mudar o sabor do sorvete por aquele nunca antes experimentado? Quantas vezes você quis assistir a um espetáculo de tango na argentina e por não conseguir você acabou dançando na vida da mesma forma?
Quantas vezes você quis simplesmente receber um abraço bem apertado? Quantas vezes você já se sentiu completamente só e perdido e foi nesse exato momento que recebeu a sua resposta?
Quantas vezes você foi de encontro ao vento, se deixou levar pelo frescor, pelo calor, quis se molhar na chuva? Quantas vezes você quis repetir um momento mágico e percebeu que nenhum momento volta mais como foi um dia? Quantas vezes você quis viver um novo tempo, mas viu que o seu momento tinha que seguir até o fim, para que iniciasse esse novo tempo?
Quantas vezes você teve que se calar quando havia tanto a se dizer? Quantas vezes você acabou recomeçando (tudo outra vez) ao invés de ir adiante (por medo do que vinha depois)? Quantas vezes você acabou se acomodando sendo que não tinha mais nada possível para se fazer?
Quantas vezes você ouviu um desaforo, sofreu uma injustiça, foi criticado, julgado e até mesmo humilhado e não fez nada para se defender, nem respondeu a altura? Quantas vezes você viu a sua vida passando sem que nada valesse a pena?
É preciso tomar imediatamente uma atitude, quando sentimos que as coisas não cabem mais, não se ajeitam mais. É preciso você SE AMAR em primeiro lugar, deixar de ser vitima e lutar pelo que você quer e acredita. É preciso seguir em frente, com a mente segura de que nada adianta você ficar parado e olhando para trás tentando sempre encontrar uma razão para consertar aquele tal erro.
É preciso (doendo ou não) deixar tudo aquilo que te machuca, que te fere e não te merece. E SER FELIZ! Ninguém está na sua pele e por mais que venham dizendo: "Ele não deveria ter feito isso"... Ainda assim eles não sabiam o que estavam dizendo.
Pois quem viveu e lutou diariamente com esses conflitos foi você, quem chorou em silencio, quem levou anos e anos para adquirir coragem o suficiente para tomar essa decisão foi você. Quem teve que seguir o seu destino, ouvir o chamado e assumir todas as conseqüências dessa trajetória foi você!
Então meu querido começa trocando os porquês por certezas e suas vontades por satisfações. Começa acalmando esse seu coração e fazendo o que você precisa fazer, pois desespero não leva ninguém a lugar algum!
Quando as dores da alma se transformam nas dores do corpo, nem mesmo a medicina, hoje em dia já tão avançada, é capaz de explicar suas causas e origens.
Ao sentirmos dores no corpo, em geral, temos o hábito de deixar para lá ou nos automedicar, não dando muita importância aos motivos que levaram aquela dor a aparecer. Mas, às vezes essa dor vem de tal forma insistente que não nos deixa alternativa a não ser recorrer aos médicos em busca de uma solução. No entanto, há muitos casos onde a medicina não consegue solucionar esse problema, foge ao seu alcance a cura e nos tornamos dependentes de remédios que aliviam nosso sofrimento, mas não o finalizam.
Onde existe dor é preciso estar atento ao fato de que é provável localizar ai algum distúrbio de sentimentos e padrões comportamentais. Não é uma regra, mas muitas vezes a dor surge como um pedido de socorro. Quando estamos adentrando por um caminho que não será produtivo para nós, ou nos encontramos em uma condição de pensamentos que nos envenenam a alma, a dor aparece como uma tentativa da vida de nos resgatar, nos obrigando a parar tudo e focar em nós mesmos.
Outra condição que é bastante interessante de ser analisada é o fato de que a dor nos torna mais frágil, e essa fragilidade algumas vezes é positiva para nos reaproximar com pessoas, amigos, amores, familiares, com os quais estávamos travando uma batalha. Quando a dor surge na forma de uma doença, é muito válido observar como a trégua se faz entre as pessoas, todos os motivos que antes eram o bastante para gerar conflitos perdem a força e as pessoas se unem, se solidarizam pelo bem estar e recuperação daquele que agora precisa de carinho e atenção.
Perceba que essa dor, que normalmente surge na hora menos apropriada, nos aflige e nos faz sofrer (não somente a nós mais também aqueles que nos amam) é também uma semente de esperança, pois nos obriga a sair de nossa zona de conforto nos fazendo encarar nossos medos, reavaliar sentimentos e reajustar relacionamentos. Voltando-nos, dessa forma, para dentro de nós mesmos nos coloca frente a frente com os reais valores e significados que a vida deveria ter.
Quantas pessoas descobrem a sua força somente quando são forçadas a serem fortes; Quantas pessoas ultrapassam seus limites quando se veem obrigadas a arriscar e ir além de suas próprias crenças; Quantos de nós nos surpreendemos com o amor ou a dedicação de alguém justamente quando pensamos que não haveria ninguém ao nosso lado. São sementes de esperança que germinam diante da dor nos provando uma vez mais que a vida tem seus próprios meios de nos fazer caminhar.
A dor é um convite à renovação, é um apelo da vida para nos mostrar que alguma coisa está fora do eixo, sendo necessário voltarmos nossos olhos para dentro de nós mesmos e para tudo que nos cerca de forma que possamos perceber o que precisa e pode ser realinhado. Quando não sabemos exteriorizar nossos conflitos internos corretamente acabamos por refletir isso em nosso corpo, armazenando tensões que resultam em dor e sofrimento. Somente o balanço correto entre nossos sentimentos e a realidade a nossa volta, será capaz de liberar o nosso corpo do sofrimento que é imposto pela nossa alma.
Se a visita da dor bate a sua porta antes de indagar “Por quê?” pergunte a si mesmo “Para que?”, a resposta a essa pergunta te indicará o melhor caminho para o reequilíbrio interior tornando-te apto e enfrentar as lutas diárias com mais serenidade e confiança. Quando descobrimos de onde a dor vem aprendemos para onde ela vai.
(Maisa Baria)