Dois mil e sempre
Trago minha mão estendida, rima, verso e batida
Chegada, partida, entrada, saída
Folha em branco convida, caneta revida
Porta voz de uma massa que é desfavorecida
O governo ti invalida não dá a atenção devida
Realidade nos castiga e a rua nos lapida
Juventude corrompida, vários grã-fino duvida
Que daqui saia mais que faxineiro e bala perdida
Contrariar seus números é uma missão dolorida
E nós não para até cê morda sua língua cumprida
Tamo cansado dessa história repetida
Da licença que eu vim por minha banda na avenida
Pencas de Josés Marias e o compasso é na medida
E os repique é os talher batendo nos prato sem comida
Vira-lata magro se cura lambendo as feridas
Dez mil problemas e uma caneta só que não trepida
Nos chamem de sacudidas, de ilusão colorida
Te contaminar com raiva sem precisar de mordida
Aperta a cada partida tamo de perna corrida
Se não guenta não brota e vai assistir da torcida
A favor nem o vento nossa história é sofrida
Mas os calo faz nossa queda ser amortecida
Pra ver a bandeira erguida com nossa cor preferida
Vitória pra nós é não ver mais a quebra dividida
Então Jão vamo junto porque nós é mesma fita
Só para quando sua dignidade for devolvida
Quando a igualdade for uma causa a ser defendida
E a liberdade de expressão não precisar ser debatida
Presídios fazem com que escolas sejam esquecidas
Escolas fazem com que adolescentes mudem de vida
Quem não vê paga de louco, tá com a visão fudida
Enquanto a massa é conduzida, consumida e contida
Nossa história foi destruída e no lugar foi erguida
Uma mentira descabida, diluída e difundida
Pra que não tivéssemos identidade definida
E uma mentalidade fácil de ser distraída
Mesma raça, o mesmo mundo, até que um de nós divida
Em barreiras, muros e fronteiras a ser construídas
Enquanto isso a gente marcha rumo a terra prometida
E cada dia é um novo dia pra que você se decida
O tempo passa e esquece de pessoas esquecidas
Multidão é monstruosa e não fica comovida
Pra quem tá chegando agora
essa daqui é as boas vindas
Muito prazer somos a sociedade falida
Tamo com a moral vendida e com a ética encardida
Muita roupa suja pra lavar e ser estendida
Da pátria querida onde a renda é mal divida
E transformaram as perifa em geradoras de homicidas
A gente segue relatando a verdade escondida
Aquela que a Tv não mostra porque diz que é proibida
Descaso de uma piada que não é nada divertida
Propaganda vende merda com cheiro de margarida
Nosso problema tem causa e nossa causa é conhecida
Mas deixa quieto já é 170 dias de bebida
Logo menos é segunda, dia de Pião na Lida
Com o corpo cheio de ressaca e a mente arrependida
Ah não!
Para o mundo que eu quero descer
Diz aonde isso parar
Temos muito que amadurecer
Só que não podemos mais errar
Diga-me o que cê vai fazer
Quando esse circo desabar
Tamo cansado de obedecer
E mais cansado ainda de esperar"
para o mundo que eu quero descer!
beijos e carinho, bell
https://www.youtube.com/watch?v=hk5kkHExm-E